segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Einstein, Deus e os ateus

Caro Internauta, leia, para sua informação, estas notícias sobre Einstein, um dos mais brilhantes cientistas do século XX! Uma coisa deve ser clara quem pensa: é uma ilusão pensar que os cientistas possam falar de Deus ou contra Deus com mais autoridade que outras pessoas. É importante entender de vez que a ciência tem algo a dizer sobre este mundo e seus fenômenos, mas claudica ao querer interpretar o sentido do mundo e, pior ainda, falar sobre o transcendente. Aí ultrapassa a sua competência e diz bobagens, pois fala do que não lhe compete e sobre o que não tem competência alguma, traindo seu próprio método e seu próprio objetivo! Que um cientista seja ateu, agnóstico ou crente, em nada influi na questão da existência de Deus: ele não crê como cientista, mas como pessoa, ser humano; ele não tem informação alguma a mais sobre a questão de Deus do que o resto da humanidade!

Einstein acreditava num Deus que dá ordem e harmonia ao universo. Sempre rejeitou ser ateu, inclusive refutou ser panteísta. Para ele, Deus não está no universo, mas por trás dele. No entanto, nunca aceitou que Deus fosse um Ser pessoal e muito menos que interviesse no mundo, alterando as leis naturais. Einstein não acreditava que Deus tivesse vontade livre, porém não acreditava também que os homens fossem livres...

Ao longo de sua vida, Einstein sempre refutou a acusação de ser ateu: “Tem gente que afirma que Deus não existe. Contudo, o que realmente me aborrece é que me citam para apoiar seu ponto de vista. O que me separa da maioria desses que se chamam ateus é um sentimento de radical humildade em relação aos segredos inalcançáveis da harmonia do cosmos”.

“Os ateus fanáticos são como escravos que ainda sentem o peso das correntes que jogaram fora depois de um duro esforço. São criaturas que, em sua luta contra a religião tradicional como ópio do povo, não conseguem escutar a música do universo”.

Outro aspecto que separa Einstein dos ateus modernos e grosseiros é que ele reconhece os feitos históricos da Igreja, especialmente os que ele próprio viveu. Assim, em 23 de dezembro de 1949 ele declarava à revista Time sobre a facilidade com a qual a Alemanha adotou a cultura nazista: “Quando aconteceu a revolução na Alemanha, olhei com confiança para as universidades, pois sabia que sempre se orgulharam por sua devoção à causa da verdade. Porém as universidades foram amordaçadas. Então confiei nos grandes editores dos diários que proclamavam seu amor pela liberdade. Porém, como as universidades, também eles tiveram que se calar, sufocados em poucas semanas. Somente a Igreja permaneceu firme, em pé, para fechar o caminho às campanhas de Hitler que pretendiam suprimir a verdade. Antes, eu nunca havia experimentado um particular interesse pela Igreja; porém agora sinto por ela um grande afeto e admiração, porque a Igreja foi a única que teve a coragem e a constância para defender a verdade intelectual e a liberdade moral”.

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Neopelicano

Um dia,
como vira um navio
pra nunca mais esquecê-lo,
vi um leão de perto.
Repousava,
a anima bruta indivídua.
O cheiro forte, não doce,
cheiro de sangue a vinagre.
Exultava, pois não tinha palavras
e não tê-las prolongava-me o gozo:
é um leão!
Só um deus é assim, pensei.
Sobrepunha-se a ele
um outro animal
radiando na aura
de sua cor maturada.
Tem piedade de mim, rezei-lhe
premida de gratidão
por ser de novo pequena.
Durou um minuto a sobre-humana fé.
Falo com tremor:
eu não vi o leão,
eu vi o Senhor!

Adélia Prado

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Docendi * Regendi * Sanctificandi

Tríplice Missão: a Palavra, a Caridade e a Liturgia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dom Odilo sobre a Parada Gay

Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.

Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!

“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.

A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.

Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.

A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.
Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?

As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.



Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 28.06.2011
Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Logomarca Lírius

"E por que vos inquietais com as vestes? Considerai como crescem os lírios do campo; não trabalham nem fiam. Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles."